sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

10º. Dia – 8.12.10 – Finalmente conhecer o Salar

Levantamos às 5:30 para ver o nascer do sol no Salar
Um espetáculo    

  

É claro que o trio de japas já estava em pé fotografando
Então olhavam a nossa  filmadora e diziam: “Sony. Hoooo!”
Foram fotografar as motos: “Yamaha. Hoooo!, mais uma
Yamaha. Hoooo! E uma Suzuki. Hoooo!”


É, tomamos chimarrão no salar...he he he.

Nos despedimos e rumamos para a Isla Pescado, que fica
a Oeste. 60km de distância na velocidade que se queira ir.




Chegando lá visitamos a ilha que na verdade é a Incahuasi.

O local é belíssimo. Cactus milenares. O Paulinho nao resistiu e
se abracou num deles. hehehehe
Como perdemos alguns dias no início do roteiro, resolvemos
cortar da rota a região do Lauca.
Assim, nosso destino agora é seguir para o sul para alcançarmos
a cidade de Ollague, fronteira com o Chile, para chegarmos a
cidade de Iquique, onde ficaremos dois dias para descanso.
Saímos da Isla Incauashi e rodamos uns 40km e aí começou o verdadeiro
inferno.
Nada comparável a qualquer outra situação que já tínhamos
vivido.
Na saída do salar havia água e as motos ficaram cobertas de sal,
motor, escapamento, farol, para-brisa, nossas roupas, tudo.
Daí rodamos 54km em estrada de rípio, mas com costeletas
(aqui se chama Calaminas – deve ser derivada de calamidade) ,
 partes com lama, muitas com areia fina.
Levamos 4 horas para percorrer estes 50km. Paramos
na cidade de San Juan, pq já não agüentávamos mais e pelo
Neco ter “comprado terreno duas vezes” o que nos atrasou
bastante, pq a quase 4.000 m.s.n.m. não se tem condições de
levantar uma moto pesando 250kg da areia. Então, nas duas
vezes precisou ser ajudado por terceiros.
Quem bateu a foto foi o próprio Neco. Nós temos um trato: se cair tem que bater
foto, a menos que esteja morto, senao nao tem perdao (obs.: no teclado espanhol nao
tem til).

Depoimento de quem comprou terreno...

Até entao, estávamos achando que este trecho, seria o pior...he he he, ledo engano.
Ainda teríamos coisas piores no dia seguinte.
Mas sobre a "compra de terreno" (gíria que significa tombo), estava quase concluindo o "rally" (pasmem !!! ,54 Km em 4 horas) de estradas cheias de costeletas (aqui chamadas de calaminas) e nos kms finais areia, areia ,muito areia por centenas de metros, um pequeno descuido e...(pqp!) fui ao chao.
Total silencio e um calor infernal (+ de 40 graus), as vezes algumas rajadas de vento.
Comigo tudo bem, examinei a moto e fora um pequeno vazamento de gasolina, tudo ok.
Tirei a jaqueta e o capacete, por alguns momentos fiquei parado, olhando para a cavala, ali deitada sobre a areia (olhem a foto) e para aquela imensidao do deserto.
Tentei uma, duas, tres vezes, mas nao tive forca para levanta-la, além de ficar completamente tonto pelo esforco devido a altitude de +ou- 3700 msnm.
Lembrei do rádio de comunicacao, sem sinal.
Buenas, só me restou esperar.
Foram mais de 50 minutos de espera até avistar uma poeira ao longe, uma camionete Toyota 4x4 (tem muitas na regiao), um boliviano motorista/guia e mais 6 turistas (acho que todos europeus), todos desceram e ajudaram, aí foi fácil levantar a cavala.
Aliviado disse prá eles:"Gracias amigos, vao com Dios".
Recomecei o "rally", totalmente cansado, ansioso, louco prá chegar na cidade de San Juan.
Nao deu outra né? Cansaco x Ansiedade x Pressa...fui ao chao de novo.
Só que desta vez, os deuses me deram uma ajuda mais rápida, passados uns 10 minutos,
chega uma camionete branca, dois bolivianos me ajudaram, um deles (coincidencia) fui reencontrar no Htl de sal, em San Juan, onde passamos a noite, era o Manoel,  o dono do Htl.
Enquanto isso, o Quico e o Paulinho reviravam a cidade atrás de uma camionete para ir atrás de mim, pois voltar para a "estrada" ,de moto ,seria correr o risco de outro comprar terreno.
Entao, finalmente cheguei em San Juan, encontrei o Paulinho e o Quico me esperando, pois o Manoel, que havia me ajudado, tinha avisado eles que eu estava à caminho.
A intencao era ,neste dia, chegar até a cidade de Ollague, mas diante dos acontecimentos, resolvemos dormir em San Juan e seguir viagem no dia seguinte.
E, como eu disse, condicoes mais difíceis nos aguardavam no dia seguinte.
Aguardem o próximo relato.

Por L.F.F.de Felippe


Paulinho e Quico não tem explicação do por que “não compraram terreno”, uma vez
que as condições eram tenebrosas. Foi pura sorte, pois a habilidade vai até o ponto
em que o esgotamento fisico a supera.
Por vezes tínhamos que passar por trechos de 30 metros de extensão, em valas formadas
na areia, onde a areia chegava no nível do banco.
A trepidação era tanta que as mãos ficavam totalmente dormentes.
Mas ainda faltavam 130km até Ollague e tínhamos que enfrentar
mais um salar e km de rípio.
As vezes o desespero batia. A vontade era de jogar tudo pra cima, e partir pro
suicidio, mas os trens demoram muito e é muito calor.

Resolvemos dormir em San Juan e seguir no dia seguinte.
Achamos um hotel no meio do nada, todo feito de sal e cheio de
turistas americanos, europeus e asiáticos.
É claro que o papo rola com todos independente da língua.
Fomos dormir cedo pq no dia seguinte a jornada seria talvez pior
que a de hoje.
Não temos informações precisas, bem pelo contrário.
Postado por: W. Felippe

Um comentário:

  1. Finalmente notícias!
    Gente comprando terreno...
    Mas,quem não comprou, ainda pode comprar! A viagem é longa - se não for na Bolívia, pode ser no Chile ou na Argentina...rsrsrs... faz parte!
    Aventuras mil! Muitas histórias pra contar! Assim é que é bom!
    Boa viagem, meninos!

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