sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

16° dia, 3a-feira, 14.12.2010 - Susto e mudança de rumo

Acordamos um pouco mais tarde e saímos do hotel em Cortadeiras por volta das 8:30. Um belíssimo dia de sol. Estávamos ainda na altitude (3.300 metros). Temperatura: 0°. Todos dormiam. Fui a cozinha e deixei uma grana e um bilhete de agradecimento ao Hernan. O Quico teve que pedalar "oitocentosecinquentaeduasmilvezez" até que a gorducha Teneré acordasse. 

A minha princesa foi generosa,  não fez feio e pegou logo. Já a XT do Neco se negou a acordar. Resultado: tivemos que empurrar a dita por cerca de 300 metros até a estrada e depois mais uns 30 m para ela acordar. Ufa!!! A 3300 metros, com zero graus...mole, mole. 

A estrada continuava linda e parecia que estávamos sozinhos no mundo. Se passaram 30 min até que cruzamos com um carro. Uma curiosidade é que ao longo desse caminho, desde o Passo de São Francisco até perto de Fiambala (180 km) existem uma série de abrigos ao longo da estrada. São pequenos chalés com espaço para 4 ou 5 pessoas, com vários galões de água, lenha e um rádio. Se acontecer algo morrer de frio não se morre. E se consegue chamar por socorro.

 




Haviam trechos com curvas ao lado de montanhas de tudo quanto é cor e lagos com flamingos. Parecia cenário de filme. Para completar o trecho termina com uma série interminável de curvas dentro de um desfiladeiro incrivelmente apertado. Paredão de um lado e um riozinho verde do outro. Fazer aquilo de moto foi demais!!!


Andamos uns 100 km e chegamos a Fiambala por volta das 10:00. Antes da cidade uma placa anuncia que Porto Alegre está a 2191 km de distância. Logo ali.

A cidade é famosa pelas suas termas. Chegamos lá com muito calor e fome. Aí nos demos conta que não tínhamos grana argentina. Fomos ao único caixa eletrônico e a fila era enorme. Junta daqui e dali, conseguimos uns 60 pesos e tomamos um café/almoço.



Largamos de lá as 11:00 na direção de Tinogasta. A notícia é que por lá haveria um posto que aceitava cartão de crédito e cxs eletrônicos. Chegamos por lá perto do 1/2 dia. Haviam 3 cx eletrônicos mas todos sem grana. O posto YPF aceitava CC. Abastecemos e saímos com um calor de 36°. Pedi ao frentista uma dica do caminho e tocamos. O Quico se mandou na frente. Depois de 24 km, alcanço o Quico que estava parado no meio da estrada. Ao lado dele uma placa:  "Fin de Pavimiento" e uma visão do inferno novamente: outra estrada de rípio. E aí? Alivia a pressão dos pneus e toca prá frente? Não. A cota de rípio e areia da viagem já estava esgotada. Decidimos que dali até o final da viagem seria somente asfalto. Mudamos o roteiro e abrimos mão do "Paso de Aguas Negras". Decidimos tocar para Mendoza. De lá o Quico e o Neco iriam até Santiago visitar sua irmã e eu ficaria na vida mansa em Mendoza. Além disso, o Quico com a moto parada verifica que o velho vazamento de óleo na conexão do cabo do conta-giros e o motor voltara. Voltamos ao posto YPF em Tinogasta. Pergunto ao frentista se há outro caminho e ele confirma, mas nos diz que é um pouco mais longo. A estas alturas, se for asfaltado preferimos. 



O Quico desmonta a moto novamente (ele já faz isso de olhos fechados), dá uma arrumada no vazamento e tocamos em direção a Chilecito. De acordo com a turma é uma cidade maior e lá poderíamos arrumar uma boa oficina.

Já na estrada novamente, com o Neco à minha frente, noto que a roda trazeira da moto dele está  fora de centro, balançando muito. É o preço da buraqueira que pegamos nos dias anteriores. Tocamos agora mais devagar por conta dos problemas das motos. Depois de uns 80 km chegamos a uma cidadezinha e o Quico para em uma oficina. O problema do óleo continua. Desmonta tudo novamente e propõe uma solução "definitiva": o velho e bom Durepoxi. Atola o buraco do cabo com a massa de Durepoxi e "chan chan chan chan" problema solucionado.

Chegamos ao entardecer em Chilecito. Vamos para o hotel da ACA (é o automóvel clube deles, ou o nosso velho Touring). Hotel velho. As coisas não funcionam muito bem, mas tinha cerveja gelada, ar-condicionado e um bom "bife de chorizo com papas fritas". Ah, e a oficina era boa.



Motos arrumadas e amanha rumo a Mendoza.

Kilometragem do dia: 415 km

Boas do dia:

O trecho de curvas no desfiladeiro, sem carros com o sol da manha;
O ar-condicionado do posto YPF
O durepoxi (hahahahaha).

Ruim do dia: Mezembe 2 x 0 Inter (é a vida...)


Postado por Paulinho em 17/12/2010 em Mendoza

2 comentários:

  1. Nesta Ruim do dia, tenho certeza que algum FDP deve ter dito: "O Miguel deve estar puto da cara".
    Pois não estou, tô até curtindo o monte de piadinhas criativas, eu mudei, agora EU ESTOU MUITISSSSSIMO PUTO DA CARA!!!!!!

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  2. Olá Pessoal, esta fazendo uns 2 meses e me encontrei no sul do brasil com 3 holandeses, duas super teneré como essa ano 95 e uma XT600 2002.

    Os caras tinham rodado toda america por 1 ano .. relatei a viagem deles no meu site ! agora no mes de Novembro 2010 fizemos essa mesma viagem que vcs .. porem passamos pelo Peru tambem ! confira no www.pisteiros.com.br

    Abraços

    FOX - ADV rider

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